29/05/2011

Em maio a riqueza do espírito



Fui  em busca do que me apetecia,
Lutei com os devaneios meus,
Dei de mim a mais terna alegria.

Quis reter o último verso
Daqueles velhos boêmios.
A ultima gota,
Do copo a mais de 30 envelhecida.


Guardei em mim cada semblante,
imagens distorcidas,
Pudicas...
Guardei  a pureza das horas,
em acordes de vidro.

Enchi meu peito de blues,
Com versos impuros.
Quis reter seu sabor.
A que sabe seus tons?
Acreditei que não acabaria.

Acreditei que...
Acabava...
Pianinho...
Ofegante
Ávido
O ultimo trago,
O ultimo blues,
O ultimo suspiro.

Como a pequena morte
de gozo infindo,
Como O ECO de Drummond

Em meio a páginas empoeiradas,
faziam reviver mais um,
doce, insano e sem pudor,
Poema.

A tarde não me rendeu seu último verso,
e não me negaram seus acordes;
Seus 25 pareciam 100,
estava feliz por me ter ali,
diziam os velhos bohemios,
apreciadores das belezas mundanas,
artistas de alma.

O vinil devagava em penetrar nossas almas;
As imagens distorcidas se fizeram carne;
saltei da redoma,
com sua voz cantando meu poema,
o mesmo do princípio,
que não foi dito, lido nem escrito
foi sentido,
e vive
na beleza do que aconteceu a minutos atrás.

K.Muriel

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